ESCOLHENDO OS PADRINHOS: MOMENTO DELICADO!

Texto: Carolina Souza Lima

Convidar os padrinhos para o seu casamento deveria fazer parte da lista das coisas mais gostosas e especiais para o grande dia. Afinal, eles estarão lá para testemunhar o amor de vocês e, espera-se, que permaneçam do seu lado para toda a vida. Mas, como nem tudo que parece ser simples, de fato, é simples, a escolha dos padrinhos, muitas vezes, se torna um martírio sem fim, e por diversos motivos.

Um deles pode ser aquela sua querida tia, que "te viu crescer" jura que será convidada. Tem também aquele seu cunhado que mal aparece na sua casa, mas que namora a sua irmã há meio século (e não tem a menor intenção de casar) e você acha "chato" não chamá-lo. E sempre aparece aquela pessoa legal que você até gosta, mas que se considera a sua melhor amiga de todos os tempos e já até te perguntou qual será a cor dos vestidos das madrinhas. Enfim, são muitas as saias justas pelas quais as noivas (e os noivos) passam nessa hora. É preciso estar ciente disso e saber lidar de forma perspicaz, sem afirmar a participação de nenhuma delas antes de ter certeza de quem serão os escolhidos para que não cause mágoas desnecessárias. Convidar e desconvidar, jamais!

A verdade é que não existe regra para a quantidade de casais que devem estar no altar ao lado de vocês. Mas, é preciso haver um certo bom senso. Citando um exemplo: se a sua festa terá 200 convidados, fica, no mínimo, esquisito, colocar 6 casais padrinhos de cada lado. Afinal, são 24 pessoas, mais de 10% da sua festa, que estarão no altar.

A ideia principal de ser padrinho é que sejam pessoas selecionadas, queridas e próximas o suficiente de ambas as partes para que se sintam devidamente prestigiadas. Se existem 8 casais de padrinhos de cada lado, por exemplo, como costuma estar na "moda", fica cansativo para quem está assistindo o cortejo, além do que, muitas vezes, o próprio padrinho não se sente homenageado, já que todos os amigos do casal estão lá também.

Nem todas as pessoas já passaram por essa etapa e sabem o quanto é difícil selecionar alguns casais especiais para esse momento, mas é certo que o principal é não se deixar influenciar por esse tipo de comportamento e agir sendo guiados pela mais livre e espontânea vontade e não porque os outros esperam que vocês ajam de forma diferente.

As amigas que realmente são amigas, mesmo que não chamadas, tenha certeza, entenderão perfeitamente e não a considerarão menos queridas por esse motivo.

Às vezes, como se não bastassem todos esses pequenos problemas, algumas questões surgem no meio desse impasse e as noivas se perguntam: "Posso formar um casal com duas amigas? E se eu chamar só aquela pessoa e não convidar o namorado dela? E se eu só for íntima do homem e não quiser chamar a esposa dele?"

A resposta para a primeira pergunta é: fica bastante estranho ver duas mulheres (ou dois homens) entrando juntos, mesmo que sem dar as mãos ou entrelaçar os braços. A ideia da sociedade que um casal é, de fato, um casal (leia-se formação composta por um homem e uma mulher) é bastante concreta e quebrar essa barreira, cria um impacto que pode não ser muito positivo. Por isso, prefira evitar esse tipo de inovação.

Já a questão dos casais de namorados, noivos ou já efetivamente casados, é diferente. No caso de uma super amiga que tem um namorado novo, sem dúvidas, ele não se sentiria constrangido de não estar no altar com ela. De repente, ele até prefere assim. Mas, se o casal estiver junto por algum tempo e você acompanhou de perto a trajetória deles, acredito que seja delicado chamar ambos, por questão de afinidade com os dois, apesar de um ter iniciado a amizade e o outro ter vindo de "brinde". E, no caso de um casal já casado, não há dúvidas que os dois devem ser convidados. Por mais que um deles não seja tão próximo ou tão especial, separá-los causa algum desconforto. Essa regra só poderia ser quebrada no caso de se conhecer bem a parte que ficaria de fora, conversar com ela e considerar que ela não ficaria magoada com essa atitude e nem se sentiria mal de ver o marido entrando na cerimônia com outra mulher. É uma questão delicada e deve ser abordada apenas em última hipótese.

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